sexta-feira, 27 de maio de 2011

AF 447

Os pilotos do voo AF 447 da Air France tiveram dificuldades com os controles da aeronave por mais de quatro minutos antes de o avião cair no oceano Atlântico, matando as 228 pessoas a bordo. A informação foi divulgada hoje em um comunicado do BEA, órgão do governo francês responsável pelas investigações do acidente.
"A descida durou 3 minutos e 30 segundos, durante o qual a aeronave permaneceu em situação de perda" diz o comunicado. Ainda segundo o documento do BEA, "os motores estavam em funcionamento e sempre responderam aos comandos da tripulação", cuja composição composição "estava em conformidade com os procedimentos do operador".
De acordo com o BEA, o acidente, ocorrido em 31 de maio de 2009, começou com um pequeno alerta duas horas e meia após o início da viagem Rio de Janeiro-Paris, e pouco depois de o capitão deixar brevemente a cabine no começo de um período de descanso. O Airbus A330 subiu para cerca de 11,6 mil metros de altitude, e começou uma descida de três minutos e meio, girando de esquerda para direita. O mais jovem dos três pilotos entregou o controle ao segundo piloto mais experiente um minuto antes do acidente.
Inicialmente, o BEA não previa informar antes de junho os resultados das caixas-prestas resgatadas do oceano, mas os constantes vazamentos à imprensa e a pressão dos envolvidos, a Airbus, fabricante do avião acidentado, e Air France, proprietário da aeronave, impulsionaram o adiantamento da divulgação dos dados.


O acidente do AF 447
O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.
Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.


Dados preliminares das investigações feitas pela França mostraram que falhas dos sensores de velocidade da aeronave, conhecidos como sondas Pitot, parecem ter fornecido leituras inconsistentes e podem ter interrompido outros sistemas do avião. As sondas permitem ao piloto controlar a velocidade da aeronave, um elemento crucial para o equilíbrio do voo. Mas investigadores deixaram claro que esse seria apenas um elemento entre outros envolvidos na tragédia. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

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