domingo, 31 de julho de 2011

Copiloto aos 20 anos, jovem obteve horas de voo atuando como instrutor

 Victor Hugo ingressou na faculdade há três anos sem nunca ter voado.
Para ele, mercado exige profissional com visão de futuro.

Aos 20 anos de idade e ainda concluindo o curso de ciências aeronáuticas na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, Victor Hugo Figueiredo Marques já é copiloto em linha comercial.

Ele conta que ingressou na faculdade, há três anos, sem ter nenhuma hora de voo. Há três meses conseguiu ingressar no mercado devido à experiência aérea que acumulou neste período, principalmente trabalhando como instrutor de voo para principiantes, e também muita dedicação e estudo na área.


Victor Hugo voa sobre os céus do Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ser piloto não é fácil, não é só ter hora de voo. Precisa reunir tudo, ter vivência, experiência real, além da técnica e da teoria, que se aprende na faculdade. Cursos fora do país e outros treinamentos que podem te dar maior bagagem e visão ampla da aviação civil”, acredita o jovem.

“Só piloto antiquado que acha que só ter horas de voo resolve. O mundo hoje exige outro profissional”, diz Victor Hugo, comentando relatórios da Organização Internacional da Aviação Civil e da Boeing de que haverá falta de pilotos nos próximos 20 anos. O jovem é um exemplo da demanda do mercado brasileiro, que aumentou em 23% as contratações de pilotos em 2010.

Victor Hugo fez as 150 horas exigidas pela Anac para obter a habilitação de piloto comercial e, para adquirir horas de voo e conseguir entrar no mercado, começou a atuar como instrutor em uma escola de aviação no Rio.

“Entrar em companhia aérea é difícil para iniciantes, mas também não é algo impossível. Ingressei com 400 horas de voo e aí fui obtendo mais experiência. Aprende-se fazendo", diz.

"Eu tinha as 150 iniciais e consegui mais 250 horas orientando e dando instruções para novatos. É uma forma de aprender também e conseguir a quantidade mínima de horas que as empresas pedem”, afirma ele.

“Como instrutor, a gente cresce vendo e corrigindo com os erros dos outros. Acredito ainda que um piloto nunca pode parar de estudar e se aperfeiçoar, pois tem que ter uma visão de futuro, sempre pode-se apreender mais”, diz ele, que demorou um ano e meio para conseguir as 400 horas de voo.

Victor Hugo, pousando como copiloto de um Embraer (Foto: Arquivo Pessoal)

Victor voa há três meses uma aeronave Embraer 190. Nesta semana, conversou com a reportagem antes da fazer a linha área Campinas-Rio de Janeiro. “Tive várias instruções, passei por simulador durante algum tempo. O comandante é o responsável pelo voo, mas os copilotos têm a qualificação e a formação necessárias para atuar e assumir sempre que for necessário”, diz.

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