quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

15 Aeroportos Aguardam Recursos

Ao menos 15 aeroportos aguardam na fila por recursos privados e federais

 Enquanto o governo corre contra o tempo para entregar a administração de grandes aeroportos do país à iniciativa privada e afastar parte das críticas pela gestão deficiente do setor, pelo menos mais 15 terminais com movimento anual acima de 1 milhão de passageiros esperam na fila por investimentos. Outros tantos, que não estão sob a responsabilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), buscam, por conta própria, financiamentos privados para desenvolver a aviação regional, enquanto aguardam a possibilidade de obter os recursos de um fundo federal, que será alimentado pelas companhias que assumirem as concessões aeroportuárias.

Sob o comando municipal ou estadual, esses aeroportos de interior do país ganharam importância estratégica nos últimos anos, avaliam especialistas ouvidos pelo Correio. O destaque é resultado do crescimento da renda em cidades médias. Também impulsiona o segmento a necessidade de desenvolvimento de polos regionais. Um dos exemplos é o interior de São Paulo e, por essa razão, o governo paulista aumentou a pressão em favor da construção de um terceiro aeroporto na região metropolitana da capital, dentro do modelo de Parceria Público-Privada (PPP). A ideia é que a empresa que assumir o empreendimento seja obrigada também a investir na reforma de uma rede com 30 aeroportos menores.
Quem vencer o leilão de um aeroporto, pagando o maior valor de outorga, não poderá ter a concessão de outro e terá de contribuir com o Fundo Nacional da Aviação Civil, que será usado pela estatal para investir na sua rede. “O modelo está na rua e deu certo. Basta dar prosseguimento”, reforça Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
Para não trombar nas projeções de demanda de passageiros nas próximas décadas, feitas para as concessões dos aeroportos de Guarulhos e Campinas, o foco do governo paulista está na aviação executiva e em novas ligações com o interior. “Os estudos precisam ser detalhados para evitar conflito jurídico dos contratos. Todavia, os números recordes da aviação civil indicam que há espaço para projetos alternativos, seja para desafogar aeroportos como Congonhas (SP) ou aproveitar novas oportunidades de negócios”, comenta Fábio Moura, advogado especializado em infraestrutura.
Logística
A seu ver, além do ajuste da oferta ao tráfego saturado, a aviação civil requer pontos especializados, como Montes Claros, Uberaba e Varginha, em Minas Gerais, e São José dos Campos e Ribeirão Preto em São Paulo. Não à toa, o governo mineiro assumiu em 2010 o controle do Aeroporto de Juiz de Fora. Apesar do movimento pequeno de passageiros, que não chegou a 100 mil por ano, a expectativa é tornar o terminal um polo de cargas para a indústria. “O potencial após a
reinauguração é expressivo, pois o aeroporto será internacionalizado e se constituirá como centro logístico”, prevê João Russo, diretor executivo da Associação Brasileira dos Portos Secos (Abepra).
Adyr da Silva, especialista em transporte aéreo da Universidade de Brasília (UnB), ressalta que a maioria dos 750 aeroportos em atividade no país está com problemas de segurança e operação, dependendo de repasses federais. Excluindo os 66 da Infraero, apenas outros 150 têm condições mínimas para funcionar com normalidade. “Uma barreira que impede boa parte dos aeroportos municipais e estaduais de obter recursos do fundo aeronáutico é a incapacidade de caixa dos governos de oferecer contrapartidas”, acrescenta.

Fonte: Diário de Pernambuco

!!! Apaixonados pela Aviação !!!

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