segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dois estilos de voar


Duas empresas criadas pelo comandante Rolim tiveram destinos diferentes: a TAM se tornou a maior do País, mas a Sete só agora ganha força para crescer


O empresário Luiz Vilella, 58 anos, não consegue esconder a alegria quando fala sobre os planos para a Sete Linhas Aéreas, companhia de sua propriedade sediada em Goiânia - Goiás. 
 A empresa foi fundada em 1976 pelo Comandante Rolim Amaro, sendo que em 1980 ela foi vendida para o Comandante Luiz Vilella. Nesta época a empresa contava apenas com uma única sala de escritório no Aeroporto Santa Genoveva.
Naquela época, a demanda por serviços de transporte aéreo era pequena, porém crescente. Foi prevendo um futuro aquecimento do mercado que o Comandante Luiz Vilella, juntamente com sua equipe, depositou sua confiança no crescimento da empresa e na expansão da linha de serviços.
No ano de 1985 a empresa adquiriu sua primeira aeronave Turbo-hélice (Mitsubishi). O equipamento veio complementar uma frota que crescia cada vez mais. Em 1995 a empresa construiu um hangar na área sul do Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia - GO.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC), entre janeiro e dezembro de 2009, Sete tinha 0,01% de participação no mercado doméstico em termos de passageiros / km. Em junho de 2010, a sua quota de mercado foi de 0,02%.
Pronto para a decolagem: Araújo (a esq.) e Vilella, com o primeiro dos três Brasília encomendados pela Sete

                             FROTA
AeronaveFrotaPedidosPassageirosAnos de Operação
Embraer EMB 120RT Brasília2
302010 - presente
Cessna C208B Grand Caravan5
91995 - presente

                                         ROTAS


Além de criar a TAM, Amaro fundou, em 1976, a Sete Táxi Aéreo, que, na época, explorava a aviação executiva. Mas, na década de 80, Rolim preferiu vender a Sete para Vilella e se dedicar exclusivamente à TAM. 
 
O final da história todos conhecem: a TAM tornou-se uma gigante, líder de mercado, enquanto o grupo Sete (formado pela Sete Táxi Aéreo e a Sete Linhas Aéreas) não é nem uma fração da empresa controlada pela família Amaro. 
 
Hoje, a primeira transporta perto de 2,5 milhões de passageiros por mês e a segunda apenas três mil (leia quadro). Fundadas pelo mesmo empreendedor, as empresas, definitivamente, trilharam caminhos completamente diferentes. 
 
Ao que se deve isso? “O Rolim sempre foi muito mais agressivo nos negócios do que eu”, diz Vilella sobre o seu estilo de gestão. E prossegue: “Se eu fosse fazer tudo de novo, talvez fosse mais agressivo, talvez me aventurasse mais. Acabamos de comprar um Brasília, mas se fosse o Rolim ele já estaria encomendando mais 20”, diz Vilella. 

 Rolim em pessoa: para fazer a TAM, Rolim assumiu vários riscos.
Quando comprou o primeiro Fokker, passou um dia inteiro com dor de barriga
 
O empresário relembra uma passagem que revela muito do arrojo de Rolim. “Certa vez, ele me disse que, depois de comprar seu primeiro Fokker, passou um dia inteiro com dor de barriga, de nervoso. Outra vez, num almoço, contou que, pelo terceiro mês consecutivo, pagava os salários dos funcionários com dinheiro do banco e que o crédito estava acabando”, relembra. “Sou mais prudente. Não passei por isso.” 
 
Mas Vilella também não viu sua empresa decolar como a de Rolim, que buscou mercados mais disputados, como o paulista. Afinal, o risco que se corre em qualquer negócio serve tanto para o mal como para o bem. Vilella tornou-se amigo de Rolim de tanto se cruzarem  nos aeroportos brasileiros: ele, transportando executivos do Frigorífico Bordon entre São Paulo e as fazendas da empresa. 
 
Rolim transportando tudo o que era possível embarcar nos seus pequenos Cessna. “Até porco vivo ele levava nos aviões”, diz Vilella. A Sete Táxi Aéreo possui hoje 13 aviões, enquanto a Sete Linhas Aéreas, que faz voos de Goiânia para 14 cidades do Pará e Tocantins, conta com sete. 
 
Mas isso, diz Ériston Araújo, sócio de Vilella, vai mudar. “Os novos aviões vão nos ajudar a dobrar o número de passageiros que transportamos”, conta Araújo. “Acredito que no final de 2011 a demanda de passageiros exija que a nossa frota cresça para dez aviões”, explica.
 
O investimento nos três Brasília consumirá US$ 6 milhões.  “A Sete está em transformação e aproveita um excelente momento do mercado”, diz Paulo Sampaio, diretor da consultoria Multiplan. “Isso inclui uma ligação inteiramente nova entre Goiânia e Belém, que aumentou muito sua rentabilidade”, diz. 
Pátio da Sete no Aeroporto Santa Genoveva em Goiânia

!!! Apaixonados pela Aviação !!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Sete tem futuro ainda.... e cmo tem!